Observando

[...] quando os pálidos raios de sol despontavam atrás das densas nuvens, sentei nas escadas e fiquei ali observando. Tinha lá, bem no meio da rua, no final da avenida, rostos desenhados com as cores do acaso, um por um caminhando para chegar em algum destino em algum lugar num lugar qualquer do mundo no futuro. 

Sabe, é tão bonito observá-los. É como se visse neles todos os meus caminhos refletidos de volta. A propósito, meu olhar gira, meu mundo vira, mas eu continuo parado, intimidado com uma tosse ali, os muitos gritos dados a cada canto que não dorme e o som que vem em forma de ambulância, então qual é a  direção, se é mais fácil se isolar, ter uma vida baseada em retraimentos do que   esse momento da busca por um outro lugar?  Diga-me para onde devo ir quando  já não caibo mais nesse lugar?

Deixa, não se preocupe. Não se preocupe. No fim das contas, só me resta observar os outros, e assim, clarear os meus olhos para escolher um novo caminho. 

Com a certeza que vou chegar em um lugar muito melhor.

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*O Formulário de Comentário está Desativado ; A minha gratidão pela Leitura é eterna; desafiará  o tempo e continuará,