Sem amor, sem poesia

Estas letras, não foram pensadas como antes.
Não estão trabalhadas de modo a desenharem uma linda poesia.
Também não estão encadeadas de modo a fazer tanto sentido.
Estou confuso demais para articular os vocábulos e os sentimentos corretamente.
O raciocínio parece desconexo.
Sinto que estou a me dividir aos poucos.
Os sonhos adormecidos, ressabiados.
Subsistindo, resistindo, persistindo.
As ilusões foram trancafiadas num baú, escondido em lugar incerto e não sabido.
A cada linha, contorno de uma nova ideia convexa.
Letras complexas tropeçando ali, caindo acolá.
No fundo da memória procurei-te e só os monólogos que recorri para provocar a fuga da solidão.
É a vida nos tirando sempre aquilo que julgamos definitivo.
Eu ainda amo. Mas ninguém precisa saber.
Já não sei muitas coisas, já não sei nada do que sabia.
Não estou conseguindo fazer rimas.
Fogem de mim as palavras.
Não tenho em que me inspirar.
Já não tenho, nem sei se terei por muito tempo.
Contudo, a história foi escrita.
Ou pelo menos uma versão mal escrita.
Sem amor... Sem poesia...

Imagem:Google
Up 11/12
03, 04 e 05/Maio/2013