Divagação no tédio
Divago no tédio e não estou só. Recordo ocasiões que desfilam pela minha lembrança, tão vivas quanto a presença de sua ausência. No meu coração uma angústia impiedosa que não me deixa respirar. Nos meus ouvidos a constante sonoridade da sua voz tocando no meu íntimo em consonância com os murmúrios da saudade. Na minha alma os monólogos que recorri para provocar a fuga da solidão. No fundo da memória procurei-te e só pude conversar comigo num diálogo pleno de harmonia que me dizia ...bem... que me dizia para... esquecer-te... Como te esquecer? Sinto-lhe o cheiro. Sinto-lhe a alma. O seu corpo a cercar-me. A tua mão no meu ombro e os teus lábios na minha boca. É preciso calar a tua voz na minha mente e conseguir uma reação para desorientar certezas. É preciso reencontrar toda a força , renascer para uma nova luta, para uma nova vida. Talvez um novo amor à mistura. Amanhã passa, assim espero... é tão bom olhar para trás e sorrir. ◦ [Repaginada,