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Mostrando postagens de março, 2018

Caminho diferente

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Aproximadamente cinco e trinta da manhã.  Fiquei deitado decidindo se deveria me levantar ou esperar até que pegasse no sono novamente.  E fui surpreendido repentinamente pelo alerta estridente do celular.  Dei um toque desligando-o sem ao menos olhá-lo direito.  Olhei o relógio novamente.  Seis horas.  Dei um suspiro enquanto me levantava da cama e andava preguiçosamente até a porta do guarda roupa , vesti-me, peguei meu notebook e celular, desci as escadas e me arrastei até a cozinha. Enchi uma xícara de café e sentei no balcão, bebendo vagarosamente. Ajeitei o cabelo com a ponta dos dedos.  Mordi os lábios e pensei na vida.  Passaram-se algumas semanas de silêncio, e como ninguém me mostrou um botão para ligar e desligar pensamentos, as palavras dela continuavam a se repetir em minha cabeça, como um eco retumbante que se propagava no ar. Contudo, quando alguém fala algo comigo sem que me faça entender bem, eu espero que venha novamente, não corro atrás, po

Doce esperança

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Quantas vezes me afogo em lágrimas Esperando uma mão, esperando um abraço, Só um não chega , já me perdi do que nunca vem Respiro fundo e a calma retorna Do lado de dentro, do lado de fora, Levanto meu semblante descaído e retorno E até que me encham de cinza pintarei de cor Este mundo sombrio,  Onde é tão amarga a dor, mas é tão doce a esperança °

Tantos anos assim

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 Tinha  passado mal a noite toda e a manhã também, recostei-me na cadeira, deixei-me ficar assim por uns minutos, depois levantei-me.  Vesti-me em movimentos exaustos, enfadados, lentos. Quão irônico. Não havia tempo. A vida estava tão corrida para mim. Não havia tempo para nada. Algumas visitas, garrafas de vinho, muito descanso em casa. E muito trabalho na empresa.  Tantos anos assim... Saí então pensativo, caminhando apressado. Tinha recebido uma mensagem  para ir urgente à empresa. E o motivo, supunha,  teria que ser pertinente o suficiente para tirar meu tempo precioso de descanso. Assoviei para um táxi que passava e mandei tocar a toda pressa para o endereço. E o trânsito com todo aquele movimento irregular, caótico, frenético.  Os automóveis em correrias loucas, pessoas apressadas nos seus afazeres.  Quando lá cheguei, perguntei: - Já chegou alguém? - e ninguém respondeu. Passado um pouco, nada. Passou um tempo, nada. Inesperadamente, meu Chefe

Sensível

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Sou complicado demais, sensível demais.  Sou desse que sente , até mais do que é.  Sou desse que se machuca em cada esquina, do outro lado da rua, quando vejo a vida passar e os melhores sonhos também. Sou assim mesmo e não sei ser outra coisa além disso.  Não sei agir diferente de como eu me sinto por dentro.  Não sei negar meus sentimentos. Então te peço , não destrua, não desmoraliza minha sensibilidade. Deixe-me com  [Essa vontade de espalhar buquês de sorrisos por aí, po rque os sensíveis, por mais que chorem de vez em quando, não deixam adormecer a ideia de um mundo que possa acordar sorrindo.  Pra toda gente. Pra todo ser. Pra toda vida.] [ Trecho Autoria  de ] Ana Jácomo °

Bianca

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Bianca abriu a porta,  de pijama e descalça,  se atirou então a meu pescoço e me abraçou, murmurando:  - Boa-noite, te amo muito, papai! Depois, baixinho: - Pai, promete conversar mais tarde comigo?  Tenho tantas novidades boas para te contar! A minha resposta foi um sim, rápido , ao invés de dar a velha desculpa de sempre, que estou ocupado demais.  Foi mais pela minha força de vontade em querer isso do que ter algo planejado para poder me dedicar mais à educação de Bianca.  Para cuidar do bem mais precioso que Deus me deu - minha filha. Força de vontade e determinação eu sei que tenho, agora é controlar e fazer tudo ao seu tempo e de forma correta. O problema é que por mais que eu me esforce , ainda tenho uma filha que entende que receber conselhos parece algo ultrapassado.  E não deixo de dar razão à ela , porque isso só poderia acontecer, dar conselhos , se todas as nossas experiências fossem mais compartilhadas. Meus pensamentos foram interrompidos p

O barbeiro

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Eu já estava vestido, então apenas penteei meu cabelo , calcei meus 'sapatênis' e olhei no espelho:  - Puxa , o que não está combinando é o meu  cabelo.  Muito comprido.  Decidi cortá-lo.  Saí de casa e  fui cortar o cabelo.   Lá,  comentei com o barbeiro, todo animado: - Amanhã  embarco para a Itália! - Itália? Com tanto lugar para ir, você  vai logo para a Itália? Nem se classificou para o Mundial de Futebol. Desconsiderei o comentário e já  tinha decidido ficar calado quando o barbeiro perguntou:  - Vai para qual cidade? - Roma! - Roma? Uma cidadezinha  feia pra 'chuchu'! Vai se hospedar aonde? - Em um Hotel no centro de Roma,  perto do Vaticano! -  Aquele Hotel é   um 'pardieiro'!  Aposto que vai querer ver o Papa! - Pretendo! - Programa de  'índio'! Milhares de pessoas se empurrando só  para ver um 'velhote argentino'!  Paguei o corte e saí, injuriado.  Um mês depois voltei. - E  como foi a viagem? - pergunt