Dois em um

A manhã que estava raiando parecia uma pintura. 
Cores diversas e o perfume do jasmim que vinha do jardim. 
Me olhou com doçura. Me abraçou.Me deu um beijo. 
E eu fechei os olhos... 

Em instantes, não sei se o sonho tinha sido antes ou depois de acordar. 
O que pareceria um desvario que beira a loucura, em silêncio me soa como um devaneio efêmero. 
Ou, pelo menos, se não fosse assim não terminaria numa cama de quarto vazio de som, lençóis sem manchas e um amor que está , mas é ausente. 

E a sensação de realidade que marca o que separa os dois mundos, fica procurando refúgio na esperança de que sua presença é a única que eu quero sentir por perto. 

E assim, vou me distanciando de mim mesmo, onde 
cada sentimento precisa ser justificado ou então não teria motivos para aceitá-lo.
Tentando conduzir a vida da maneira que decido ser a melhor para mim.

É assim que me transformo em dois.  
Definitivamente dois. 
Dois em um. 
Nem um, nem outro, saberá da existência do outro, nem do um.
De olhos abertos...
   Imagem:Google 
  14 à 16/Novembro/2013