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Observando

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[...] quando os pálidos raios de sol despontavam atrás das densas nuvens, sentei nas escadas e fiquei ali observando. Tinha lá, bem no meio da rua, no final da avenida, rostos desenhados com as cores do acaso, um por um caminhando para chegar em algum destino em algum lugar num lugar qualquer do mundo no futuro.  Sabe, é tão bonito observá-los. É como se visse neles todos os meus caminhos refletidos de volta. A propósito, meu olhar gira, meu mundo vira, mas eu continuo parado, intimidado com uma tosse ali, os muitos gritos dados a cada canto que não dorme e o som que vem em forma de ambulância, então qual é a  direção, se é mais fácil se isolar, ter uma vida baseada em retraimentos do que   esse momento da busca por um outro lugar?  Diga-me para onde devo ir quando  já não caibo mais nesse lugar? Deixa, não se preocupe. Não se preocupe. No fim das contas, só me resta observar os outros, e assim, clarear os meus olhos para escolher um novo caminho.  Com a certeza que vou chegar em um lu

Empatia na Pandemia

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[ ... ] momentos como o que estamos vivendo podem nos ajudar a descobrir muito sobre nós mesmos. É preciso querer o melhor pra si. É preciso amor próprio para  conduzir a vida da melhor maneira possível e enxergar o que realmente importa.  Mas confinados nos limites apertados dos pensamentos do próprio EU , é agora que há o risco de a individuação descambar para o solipsismo exacerbado e tudo o mais ser apenas ilusão e mentira. Ou, talvez não é à toa que se por um lado vivemos a nossa dura realidade nua e crua o tempo todo, por outro apenas habituamo-nos a observar as estatísticas que não mostram a verdadeira realidade por trás dos algarismos.  Enfim,  temos, sim, é de ser melhores a cada dia exclusivamente por nós mesmos. Afinal, não há nada errado em pensar naquilo que é importante primeiro  para  si mesmo e não para os outros.  Entretanto, enquanto houver  preocupação excessiva consigo mesmo,  empatia em pandemia será mera utopia e a dor do próximo no máximo  irá provocar  aquela mí

Deixaram de ser verdade

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Com a folha de papel ainda em branco Carrego comigo o cinza da melancolia Porque depois da tua ida Nem o colorido da poesia inspira meus olhos A culpa é toda minha Fiz você parte de minha vida Eu escrevia nas poesias O que queria te dizer Poderia ter escrito mais Mas cheguei onde queria  Te eternizei em palavras, além de mim Hoje só a lua guarda segredos De nós naquelas noites E agora os versos deixaram de ser verdade ° *O Formulário de Comentário está Desativado ; A minha gratidão pela Leitura é eterna; desafiará  o tempo e continuará,  Facebook  Felisberto T. Nagata   Obrigado,