Ao anoitecer
Ao anoitecer...
Há tal soturnidade...
Há tal melancolia...
Que as sombras...
A escuridão...
Despertam-me um desejo
Absurdo de sofrer.
E a noite inspira-me e incomoda!
O transpor do ponteiro
Por sobre o outro.
Em acordo com o vento
Que tudo leva e tudo traz.
Assim como a maré
Que vai e vem.
Os paradoxos da dualidade
Que a tudo se atribui...
Que a tudo contribui
Me faz
Ser massacrado pelo tempo
Pelas circunstâncias
Da vida dos contrastes
Da sofreguidão
Do gozo extremado.
E a noite inspira-me e incomoda!
Desperta-me um desejo
Absurdo de fugir.
Deixando tudo para trás...
E ir encontrar
Aquele passado...
Medindo-o com o caminho
Que sempre sonhei...
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