Uma outra madrugada fria.

Uma outra madrugada fria.Cinza, nublada, soturna. Molhado das lágrimas noturnas.Há ausência, mas o sentimento parece refreado pela rédea do pensamento lógico.Muito mais que na partida. Ao meu lado, um espelho largo e contínuo de bordas douradas.Ainda consigo enxergar teu reflexo.Teus cabelos negros como a noite.Tua pele despida de cor.Teus olhos amendoados que me envolviam. Negros, tão profundos quanto o oceano.Teus lábios volumosos nos quais eu me perdia em deleite.Insone.Conto nos dedos as horas.Nem sono me vem.Sinto ainda seus dedos quentes tocarem meu pescoço.Tua pele quente, que arrepiava  a minha quando tocada por ela. Recebo o novo dia.A luz irrompe onde nenhum sol brilha. Quero sair e não quero.Eu corro, fujo dessa sombra. Agora, sigo entre quedas e dores. Nem sei porque você se foi.E se um dia chegar a sentir minha falta, lembre-se que  neste dia não apareci, pois  minha presença,  já não significa nada a você...

26 e 27/Setembro/2012
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