E que o amanhecer não demore.

...Ao anoitecer...Há tal soturnidade... Há tal melancolia...
Que as sombras...a escuridão...despertam-me um desejo absurdo de sofrer. 
Não consigo libertar-me dele... Mando-o embora mas ele não vai. Grito para afastar a solidão...ela volta sempre...eu tento rir para afastar o desespero...ele invade-me. 
Eu estou preso dentro de um mundo que ora vem, ora fica.
 Olho para os lados  a procura de saber onde realmente estou e como estou e .... não vejo ninguém, estou sozinho. 
Eu odeio estar  sozinho...no vazio deixado, no quarto desarrumado e nunca mais tocado. 
Escondido num lugar onde ninguém me dirá nada, onde ninguém me fará perguntas porque a ninguém interessará isso... 
O silêncio  que me prende, que tem uns braços sem fim que me envolvem e me deixa  perdido na minha própria voz...
Odeio isso ...Que nunca passarão disto. Tento empurrar as memórias de minha mente.  Não consigo. Alguma coisa que não sei contar acontece em mim... Há alturas até em que o desespero teima em mim,  se agarra ao sangue e corre por dentro das veias ...As sombras rodeiam-me.. desperta-me um desejo absurdo de fugir...deixando tudo para trás...e ir encontrar aquele passado...medindo-o com o caminho que sempre sonhei ... e depois perco-o porque ele solta-se de mim... deixa-me tão só no vazio da  noite...
 E que o amanhecer não demore...
Não é uma escolha...a noite rapidamente vai...como lentamente fica...

19 e 20/Outubro/2012
Imagem:Google