Há noites ruins. Hoje é uma delas.
Quando se faz o silêncio, começo a ouvir
A noite suspirando
A chuva gemendo com o vento
E não sei o que fazer com isto
Olho para os lados a procura de saber onde realmente estou e como estou e não vejo ninguém, estou sozinho
Vejo o vazio deixado no quarto desarrumado e nunca mais tocado, guardando ainda as marcas de um amor insensato
Tento empurrar as memórias de minha mente
Não consigo
Grito para afastar a solidão, ela volta sempre
Eu tento rir para afastar o desespero do abandono, ele invade-me
Sinto a tua presença a cada solidão
lembro-me do teu sorriso a cada tristeza
Lembro-me do seu silêncio a cada lágrima
Lembro-me de você a cada palavra
Você está a cada ausência
Você está a cada gesto
Eu sinto falta. Eu ainda amo. Mas ninguém precisa saber.
Vou dar somente meios sorrisos, vou me calar, e talvez ouvir menos ainda, surdo e mudo até certo ponto.
Vou deixar o tempo apagar tudo.
Há noites ruins. Hoje é uma delas.
Imagem:Google
27 , 28/Fevereiro e 01/Março/2013