Os escritos surrados
Eu aprendi a escrever quando era jovem.
Dramaticamente jovem. Intensamente jovem.
Eu escrevia no papel.
Colocava em um envelope cheiroso.
Doces, adoráveis, românticos .
Nem sempre sabia o que escrever e no entanto, tentava, e tentava, e mais tentava.
Alguns fracassos, é certo, mas nunca houve uma desistência.
Escrevia aquelas palavras que tinha tanto de mim que, quando terminava, percebia que depois nunca mais seria a mesma pessoa.
Acontecia uma identificação tão grande que as palavras mexiam em algo tão pessoal que, se eu abrir a boca para falar sobre eles, estarei falando sobre... e para ... você!
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