Um dia passa

(...) 
não é um sofá muito grande, mas dá para esticar e me soltar um pouco. 

Respiro fundo e começo a ouvir uma música.
Fecho os olhos e contrastando com o forte calor que faz, sinto a brisa leve e fresca do ventilador.

E ali fico!

E penso... o que deveria ter dito!
Que apenas ficou na intenção...não saiu...limitei-me ao silêncio.

Havia dentro de mim uma sonoridade enorme, dizendo tudo aquilo que eu não conseguia falar, e o meu silêncio foi a mais perfeita expressão de que não estava tudo bem.

Se tivesse falado, tudo poderia ser diferente!

Eu queria somente lhe fazer sentir amada.
Eu só queria te fazer feliz.

Vou ter que me convencer de que não vai haver outro dia para falar.
Vou ter que aceitar que as pessoas não depositam esperanças e nem permanecem, se não há qualquer razão para quererem.

E agora é tarde! 
E é tarde mesmo, está na hora de ir dormir.

Mais um dia chega ao fim. Igual a tantos outros.
Não me resta nada, senão algumas lembranças... as quatro paredes , testemunhas...somente que a angústia vai aumentando e o sol está longe de aparecer, e não sei quando ele reaparecerá.

Não vou ficar bem ... pelo menos agora não.

Um dia passa...s
ei que vou sobreviver, mas, ainda assim, esperar o tempo de curar é difícil. 

 Não consigo libertar a minha mente do coração.  
As ideias vagueiam entre os complexos derivados dos sonhos e realidades e me sinto alternando sentimentos de perda e de ganho,  
estando sempre ansioso para gerir essa minha incapacidade, que me torna marionete , onde as decisões são nada...

Repaginada
    Posso até dizer  que "Eu" não existiria plenamente sem o "Eu Lírico", tanto quanto o inverso é totalmente verdadeiro - apesar de admitir que há  mais as diferenças do que as semelhanças. 
   
   Escrito por ℱelisberto Junior