(Des) caminhos da vida

(...) claro que no começo, senti te atravessada na garganta , no peito e na mente. 
Claro que houve momentos em que atravessei o dia tirando a poeira de livros antigos e móveis velhos. 
Claro que caminhei devagar pela casa, olhando o teto branco e abrindo janelas.
Há alturas até em que o desespero teimou em mim, se agarrando ao sangue e correndo por dentro das minha veias, retendo minhas expressões, aprisionando-me dentro de minhas próprias entranhas. 
Há alturas até que tentei te buscar em outros corpos, outros copos , como se fosse possível esquecer e controlar meu intenso envolvimento, onde me dei debaixo de desejos, de paixão e de amor, recheados de episódios, capítulos e desfechos variados. 

E um grande silêncio de palavras.
E a solidão roçando meus ombros.
E a saudade me rasgando.
E o vazio no peito...

... onde você estava
Tão presente aqui dentro
Não cabe mais em meu corpo
 Derrame ,   transborde por meus olhos 
Esvaziando corpo e alma. 

E mesmo que as dores da existência permaneçam , 
é tão bom saber que conseguimos sobreviver , pois na senda desta trajetória pelos (des) caminhos da vida, não raro nos perdemos de nós mesmos .
Ficamos à deriva, esperando que algo aconteça e nos tire daí para dar sentido às nossas vidas, mas,  apoiados no reconhecimento de que a vida é um desafio , temos que olhar lá, onde o  sol abraça o novo amanhecer.
Que vem sempre cheio de espaço, para que possamos preencher ,    surpreender , aprender  e recomeçar... 

   Mix de Prosa... é uma ficção, Qualquer semelhança com fatos ou pessoas é uma mera coincidência..."Ou não!
Obrigado,
ℱelisberto N. Junior