Luz na avenida
Ergueu levemente o lindo rosto.
Cabelos pretos e encaracolados.
A pele morena realçada pelo azul dos olhos.
Maquiagem impecável.
Bochechas rosadas.
Pele de cetim.
Batom de carmim.
Observou os indivíduos com almas desiludidas e muita carência.
Expirou profundamente , como quem não quer soltar o ar por medo de se sentir vazia.
Ajeitou sua saia de cintura alta e abotoou alguns botões de sua camisa.
É importante se manter na linha.
Luz na avenida. Virou passarela. Lá vem ela.
De passagem. Alegre e feliz.
Ave maria. Cheia de graça. Ritmo cadenciado.
Cheia de dengo.Sem parar.
Cintura fina. Afinado violão.
Harmônico conjunto que a deixa no centro dos olhares.
Tanto no ir como no vir.
Sem dar conta e sem saber bem como.
Sentiu-se num prazer furtivo.
Ser parte do todo aos olhares à flor da pele, enquanto gozava sozinha a nostalgia.
☼
Lendo muito tempo depois o que escrevemos, quase não conseguimos reconhecer que o texto é de nossa autoria; pois é, esse é!
Obrigado,
ℱelisberto N. Junior