O volume do texto

Nesta minha pausa, entre uma medalha olímpica e outra, tive a satisfação de ler as mensagens que recebi através do meu formulário de contato.
Esta forma de interação é muito interessante, porque os tons neutros da informalidade, propiciam que tudo brote de maneira objetiva, fácil e agradável. 
E me chamou atenção o fato que havia um senso comum de que 
quanto maior o volume do texto apresentado, menor o interesse dos leitores. 

Bem, partindo de uma experiência pessoal, creio que nem se trata do tamanho, e sim, o tipo de texto, em razão da linguagem, da não identificação, dentre outros motivos. 
E, claro para mim, que em um cenário em que valores como mobilidade e instantaneidade ocupem boa parte das vidas, é natural e inevitável que gerem manifestações e ações para a valorização e a difusão do poder de síntese - em poucas palavras o que queremos expressar, aproveitando as ideias essenciais, dispensando-se tudo o que for secundário. 
Porém, talvez pela quantidade de atividades simultâneas e ou fatores limitantes e ou outros interesses e ou somente atentos ao volume do texto apresentado, podemos acabar deixando de ler o que poderia nos trazer algo de grande valor . 

Por outro lado, não precisamos ficar preocupados demais com o volume do texto, pois, corremos o risco de não conseguir transmitir o que queremos, ocasionando certa dificuldade de entendimento . Não se pode   confundir ser monossilábico: "escrever pouco ou quase nem escrever" com sintetizar :"escrever em poucas palavras" ; um monossilábico sintetizando, como entender um resumo do que (quase) nem sequer foi escrito? 
E mais , no caso de poucas palavras, quando contém uma opinião/análise /avaliação. 
Afinal, depois de tudo,  somente quem vai efetuar a leitura , é que irá trazer seu próprio entendimento para dentro do que foi escrito , independentemente do tamanho do texto apresentado.

Enfim, uma mão-cheia de reflexões: até podemos não saber o que fazer, pois há ainda muita coisa que nós não sabemos, não apenas com as palavras por si, mas com a forma em que elas - as palavras - se juntam harmonicamente, entretanto - com pleno conhecimento de que em qualquer relação emissor/receptor- autor/leitor, é necessário o discernimento , o bom senso e o respeito mútuo - sempre devemos procurar saber o que não fazer; apesar que o melhor mesmo é permanecer aberto a todas as possibilidades, conciso ou palavroso, 
e privilegiar o conteúdo de qualidade acima de tudo.

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Obrigado,