Minha vida não foi só poesia, parte 6

[parte 5]...no ano do Exército, comecei à namorar e da mesma forma que nos apaixonamos rapidamente, a gravidez veio na mesma velocidade...

não foi uma gravidez planejada, e, claro,   não estávamos nem um pouco preparados, principalmente emocionalmente  e tampouco financeiramente para assumir tamanha responsabilidade.
E quando nos são exigidas muitas adaptações fica mais difícil administrar  e à olhar as questões com uma visão mais abrangente.
Hoje eu sei que não soube lidar  com  o que deveria ser visto como uma grande benção e nem  busquei outras alternativas e caminhos.
Acabei escolhendo trabalhar, sob cujo único intuito era salvaguardar a criança que estava por vir,  em detrimento de meu grande sonho ,  prestar a Faculdade e ser um Engenheiro. 
   Talvez,  se houvesse mais cumplicidade e harmonia ,    haveria um razoável e justo 'meio-termo'; talvez, se soubesse lidar melhor com o ciúme excessivo da *Adriana, haveria menos tensões ,  conflitos e   incertezas...bem, tudo somente na perspectiva hipotética, pois talvez tudo poderia dar na mesma escolha ou em  nada... 

... e aquele foi um dia diferente, acordei cedo e saí de casa em busca de um emprego em uma instituição financeira, perto de casa.
Acredito que fui muito bem no teste de admissão , datilografia e entrevista de emprego, pois logo recebi o telefonema  para me apresentar. 

Quando me apresentei , além de buscar compreender  todas as atividades inerentes, confesso que procurei   desenvolver minhas habilidades de  interação , para ter alguém que pudesse contribuir ,  facilitar e  criar um cenário propício para a minha adaptação.
   
E em meio às muitas conversas sobre o trabalho em si,  fui sugestionado à fazer exame de seleção em uma Faculdade de Ciências Contábeis , perto do trabalho e , consequentemente, de casa. 

E se existe 'o engenheiro que virou suco', este aqui, pelo jeito,  vai virar 'Contador'...festejei muito ao ser  aprovado e mais ainda quando conquistei a integralidade da Bolsa em um Programa  Estudantil. 

Na realidade,  nem tinha outros  motivos para festejar;  nem conseguia dormir, alimentar e  divertir: trabalho , salário piso, estudo, filha recém-nascida,  relacionamento afetivo complicado e conturbado, que tinham de ser enfrentado com força, coragem e determinação sempre visando o alcance de meus objetivos e sonhos...
[continua...]

*Adriana=nome fictício; não menciono o nome verdadeiro porque não pedi autorização para tanto!

Obrigado,