O vinho e o sangue

O tédio dos dias quentes seca-me os lábios. 
Deixa-os sequiosos à espera de uma gota. 
Volto os olhos em direção à adega . 
A garrafa de vinho se insinua para mim. 
Estico a mão. 
O vinho. A taça.
O vinho na taça.
A taça  meio cheia.
Sorvo o vinho.   
A taça    vazia. 
Deixo cair. 
Os estilhaços  ferem -me . 
Sorvo o sangue .
  Mistura de sangue e vinho na boca.  
 Um sabor conhecido. 
 Abro-me em longo sorriso.
O vinho e o sangue.
 O vinho. O sangue. 
  Lembra - me de ti.  
 Lembra - me a tua língua.
Que passava na minha boca.
Lembra - me de  teu sabor do amor colado no lençol.
Lembra - me a primeira vez.
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[ repaginada, qualquer semelhança com fatos ou pessoas é uma mera coincidência, ou não!]
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Obrigado,