Ao anoitecer, há tal soturnidade, há tal melancolia, que as sombras, a escuridão, despertam-me um desejo absurdo de sofrer. Fico preso dentro de um mundo que ora vem, ora fica. Ando pela casa toda, de um lado para outro, olho a cama imensa, sinto o vazio da ausência, no criado mudo, o retrato mudo, silêncio em tudo, silêncio absurdo. Era quem me guiava, me ajudava, a cada dia que passa, no todo, o tudo do nada, não consigo fazer mais nada, não sobra nada, quer queira ou não queira, fingir querer e não resolver. Fico pensando nos momentos que passamos juntos, e o começo de tudo, quando a vi no alto da colina, no trecho estreito, na espreita , era tarde da noite, a iluminação somente uma lua suave e toda a aura fantástica que havia criado, mãos dadas, juras de amor eterno, p romessas de não ir embora, antes de mim. A vida tem um quê de mistério, estranho demais ver e não conseguir enxergar o que um dia acreditou ser. Me enganou, me iludiu, foi embora com o meu