(...) claro que no começo, senti te atravessada na garganta , no peito e na mente. Claro que houve momentos em que atravessei o dia tirando a poeira de livros antigos e móveis velhos. Claro que caminhei devagar pela casa, olhando o teto branco e abrindo janelas. Há alturas até em que o desespero teimou em mim, se agarrando ao sangue e correndo por dentro das minha veias, retendo minhas expressões, aprisionando-me dentro de minhas próprias entranhas. Há alturas até que tentei te buscar em outros corpos, outros copos , como se fosse possível esquecer e controlar meu intenso envolvimento, onde me dei debaixo de desejos, de paixão e de amor, recheados de episódios, capítulos e desfechos variados. E um grande silêncio de palavras. E a solidão roçando meus ombros. E a saudade me rasgando. E o vazio no peito... ... onde você estava Tão presente aqui dentro Não cabe mais em meu corpo Derrame , transborde por meus olhos...